quarta-feira, 29 de abril de 2009

LONDRES

A reencarnação é para mim algo muito natural e não obstante pertence a um entendimento além da própria razão limitadora da mente relativa. Provas e relatos sobre vidas passadas, em minha opinião, e em última análise, sempre serão marcadas e limitadas por uma mentalidade material e não poderão proporcionar outra coisa senão o fortalecimeno das estruturas do pequeno ego, vez que, o que fomos antes a não ser este ego, e de que nos adiantará concluir que este ego sobreviverá a morte e vem sobrevivendo durante eons?

Disso já sabemos por meio dos ensinamentos do Buda e sabemos também que isso é a prisão do Samsara.

Acredito que este conhecimento somente seria proveitoso na hipótese de estarmos nos aproximando da iluminação, em outras palavras, nos aproximando da verdadeira consciência.

Somente assim não encararíamos a visão de nossas vidas passadas como uma ampliação do sofrimento. Sofrimento de não mais podermos desfrutar da presença de tantas pessoas amadas no passado, sofrimento de não mais podermos habitar ou visitar os locais onde outrora vivemos, pela simples razão de não mais existirem da maneira que os conhecemos no passado, o que nos trará nostalgia e apego...

Ao contrário do arhat ou daquele que verdadeiramente entrou na corrente do rio do Dharma, ele poderá constatar que todas àquelas existências de um certo ponto de vista não estarão perdidas e que a dualidade que nos traz o tempo como um divisor, é também uma ilusão...

ESTAMOS PRESENTES A TUDO E TUDO ESTÁ PRESENTE EM NÓS!

NÃO HÁ UM COMEÇO LÓGICO PARA ISSO E NEM HAVERÁ UM FIM, JÁ QUE NESSE CONTEXTO TAIS CONCEITOS NÃO FAZEM NENHUM SENTIDO.

Aliás, cabe aqui aquele episódio da senhora diante do guru, expressando tristeza por ele não conhecer Londres.

Mas MINHA SENHORA "EU SOU LONDRES!"